20.2.08

Fábula das Filimilis

Fimilimi é uma critaturinha encantada responsável por guardar as árvores de todo mal.
Não, não é um tipo de ninfa nem fada, é um ser feminino sim, mas não pode voar.
Possui grande habilidade para subir e descer das árvores rapidamente, graças aos seus longos pares de braços e pernas.
Em todo mundo existiam milhares de filimilis de todos os tipos e cores. Viviam em perfeita harmonia com a natureza. Os humanos nem desconfiavam de sua existência e nem podiam, pois um simples olhar humano diretamente nos olhos vermelhos vivos de uma filimili adulta a petrificaria (não dá para dizer tronquificaria) em menos de 3 segundos.
Elas nascem das árvores. Ao despertar do primeiro raio de sol da primavera as filimilis se desprendem dos troncos ou fustes, por isso têm a aparência do casco da árvore-mãe.
Podem ser enormes ou pequeninas e viver enquanto a sua árvore-mãe viver.
Seu passatempo predileto sempre foi cantar. O canto das filimilis se assemelha ao som do balançar das folhas ao vento, o que permite que vivam cantarolando sem serem notadas.
Havia uma filimili, nascida de uma caesalpinia ferrea (pau-ferro) chamada Rafitza Fermacae. Sempre que podia ela subia numa árvore para observar os seres humanos e brincava de imitá-los.
Um certo dia, enquanto divertia as outras filimilis com suas imitações, absorta em sua brincadeira, não percebeu que uma garotinha a observava.
Seus olhares se cruzaram e para seu maior azar era aniversário da jovem menina, o dia em que somava seis mais um... este foi o triste de fim de Rafitza.

(Apenas humanos menores que sete anos de idade podem vê-las sem causar-lhes nenhum mal, porém ao completarem os sete anos e se libertarem da pureza espiritual, o olhar de criança também tem efeito fulminante. )

Como sei? Rafitza pode ser vista ainda hoje por quem passeia no Jardim Botânico pela aléia das palmeiras imperiais. É só olhar pra cima... e a garotinha, bem...

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