Ruelas estreitas
Limo
Sobrados
Lua
Risos
Garagalhadas
Choro
Agonia
Arcos
Estátuas
Esquinas
Solidão
Tinha asa quebrada
Já não podia voar
Presa ao chão
Não conseguia sonhar.
Pedia socorro
Ninguém ouvia
Estavam absortos
Em sua melancolia.
Lembrava do verde, do azul, do mar.
Queria o amarelo, o vermelho, as nuvens.
Do abraço, o branco, o amor.
Dos campos, o laranja, o rosa, a flor.
Querendo por fim a sua vitiligem
Subiu mais alto que pode
Gritou mais alto que pode
Caiu com a indiferença.
Quebrou outra asa
Ninguém estendeu a mão
Eram sombras e passos
Era escuro.
Sentiu frio, dor, sangue
Ninguém ouvia
Ninguém percebia
E seus olhos fecharam.
Chuva que caiu do céu
Levou seu sangue pelos bueiros
O ar dispersou o pó de suas asas
Invisível somente seu corpo miúdo ficou ali.
Ruelas estreitas
Limo
Sobrados
Sol, Lua
Risos
Garagalhadas
Choro
Agonia
Arcos
Estátuas
Esquinas
Solidão
Ninguém lembrou do seu brilho.
Ninguém lembrou do seu sorriso.
Ninguém lembrou de sua dor.
Ninguém sentiu o seu ardor.
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